Comentário ao artigo MBL sofre acusação injusta e descabida por pensar pragmaticamente, de Luciano Henrique Ayan, publicado, em 18/09/2015, e seu site:

20/09/2015 13:58

Ao ler textos críticos ao MBL, inclinei-me, de inicio, a concordar com o teor deles, mas, depois, parei para refletir, um pouco confuso, e perguntei-me se o MBL tem opção. Pode tomar outra posição na atual conjuntura política o MBL? Quem, hoje, está a favor dos brasileiros, e lutando contra os socialistas (PT, PSOL, PSTU, etc)? A mídia? O TCU? O STF? A OAB? A CNBB? A oposição (oposição?)? A PGR? As academias? As universidades? Os artistas? Os intelectuais? Qual instituição tem o MBL apoiando-o? O que pode fazer o MBL? Arremessar um ataque frontal contra os inimigos do Brasil? Se sim, como fazê-lo? Ou um ataque pelos flancos? Ou, sorrateiro, com sapadores? Infiltrando aliados no exército inimigo? Ou misturando tudo, para desnorteá-lo? Algumas críticas ao MBL se me afiguram asininas; outras, inteligentes, muito bem fundamentadas, que me obrigam a refletir, e reconsiderar tudo o que eu penso a respeito, não apenas do MBL, mas da política Brasil, inserida esta em um cenário maior, no qual está representado o Fóro de São Paulo. Presumo que o MBL está fazendo o que as circunstâncias permitem que se faça, nem mais, nem menos. E, suspeito, a imprensa brasileira está a tentar removê-lo do cenário, e no cenário inserir personagens, que serão tratados como heróis, caso o impeachment de Dilma Roussef venha a se concretizar: Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Fernando Henrique Cardoso, e caso tal tática seja bem-sucedida, a esquerda prosseguirá em seu projeto de instalar, no Brasil, um governo autoritário – terá apenas de adiá-lo. É preciso muita calma nessa hora, ou o fogo amigo poderá ser mais letal do que o fogo inimigo. Li, de Felipe Moura Brasil, um artigo em que se dá a notícia de que vários políticos do PSOL e do PSTU, segundo Jean Wyllys, estão contra Dilma Roussef, dando o autor a entender que a maré da presidente da República está baixa. Não tenho motivos para comemorar o “abandono”, pelo PSTU e PSOL, da presidente. Suspeito que os dois partidos pretendem, ao esboçarem distanciamento da Dilma Roussef, apresentarem-se como independentes e críticos do governo, para, caso Dilma venha a sofrer o impeachment, representarem a alternativa ao que ela fez, e dominarem o cenário, conduzindo a política brasileira ainda mais para a esquerda e conservando toda a discussão dentro da esquerda, eliminando toda e qualquer proposta à direita.

Algumas pessoas, ao censurarem tão duramente, e injustamente, o MBL tomam a batalha pelo impeachment da presidente Dilma Roussef como uma história completa, com começo, meio e fim, e, dão a entender, o impeachment é o capítulo derradeiro do livro da História do Brasil; no entanto, não o é. Está a se escrever apenas um capítulo da história do Brasil. E o capítulo seguinte? Se o MBL entender que a História do Brasil encerra-se com o impeachment da presidente, e fecha o livro... O futuro a Deus pertence.

Não sei se a postura do MBL é, ou não é, a melhor.

E Olavo de Carvalho, pessoa que muito admiro e respeito, e que imensurável contribuição fez ao Brasil com o seu trabalho, apresenta críticas ao MBL, criticas que, presumo, servem como alerta. E eu não tomo as declarações dele, feitas no calor da hora, como guias, mas como censuras, justificadas e compreensíveis, de uma pessoa que entende do riscado, e sabe dos riscos que corre o MBL, cujos integrantes são jovens e inexperientes. Qual é a idade de Hélio Bicudo? E a de Fernando Henrique Cardoso? E a de Miguel Reale Jr.? São macacos velhos estes três.

Publicado, publicado em 20/09/2015     

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